• Últimas do AG

  • Pitacos

    Breanna em Sem comentários
    Fabio em 17 – O Último Guerreiro…
    Anônimo em AVATAR – O último dobrad…
    beum em Crítica Gastronômica –…
    Felipe em Crítica Gastronômica –…
    ana em Por onde anda?
    Tomaci em Por onde anda?
  • Arquivo de Alertas

It was the time of the preacher…

Originalmente apresentado na TV inglesa, no formato de uma minissérie em seis capítulos, Edge of Darkness (1985) foi lançado aqui no Brasil em VHS duplo, com o título No Limite das Trevas. A minissérie tornou-se um marco na história da teledramaturgia britânica, faturando uma série de prêmios e chamando a atenção para o trabalho do diretor Martin Campbell.

Mesmo para aqueles que, como eu, só tiveram acesso à versão editada (com cerca de duas horas a menos que o original), era fácil perceber as inúmeras qualidades de Edge of Darkness, que a tornavam tão diferente da mesmice da TV nos anos 80: mistura equilibrada de elementos de filme policial e thriller político; ambientação pessimista, sombria, digna dos melhores filmes noir; a utilização da guitarra rasgada de Eric Clapton na trilha sonora (que Joel Silver e Richard Donner levariam para a série Máquina Mortífera, com resultado igualmente satisfatório); diálogos longos, muito bem escritos pelo roteirista Troy Kennedy Martin, influenciado pelo clima político reacionário da administração Thatcher.

A trama é mais ou menos a seguinte: o policial Ronald Craven (um econômico Bob Peck) investiga o brutal assassinato de sua filha, a ativista ambiental Emma (Joanne Whaley, uma bonitinha que apareceu em Willow, e que durante um tempo foi casada com o Val Kilmer). Suas investigações acabam conduzindo ao mundo da alta espionagem, das tramóias governamentais e do perigo representado pela energia nuclear.

Bob Peck, Joe Don Baker e Joanne Whaley

Bob Peck, Joe Don Baker e Joanne Whaley

Lembro que o que mais chamou minha atenção na época foram duas seqüências inteiramente apoiadas sobre a sombria The Time of the Preacher, clássica canção de Willie Nelson. Na primeira dessas seqüências, que achei no Youtube, Craven escuta a música enquanto vasculha o quarto da filha – e cumprimenta carinhosamente um amigo íntimo da falecida (03:47). Na segunda, que infelizmente não encontrei, Craven e o agente da CIA Darius Jedburgh (o grandalhão Joe Don Baker) cantarolam e conversam sobre o significado da letra da música.

The Time of the Preacher é a música de abertura do disco Red Headed Stranger, de 1975, álbum conceitual sobre um pastor que mata a esposa e seu amante, tornando-se um foragido. O álbum vendeu milhões de cópias, consagrando o nome de Nelson como o principal inovador do country. Em 1986 chegaram até a fazer um telefilme baseado no álbum, com o próprio Willie Nelson e Morgan Fairchild nos papéis principais.

The Edge of Darkness está sendo refilmado pelo mesmo Martin Campbell, com alto orçamento, Mel Gibson escalado para o papel de Craven e o excelente Ray Winstone como Jedburgh. Parecem escolhas acertadas, o filme promete. Será que Campbell vai incluir The Time of the Preacher na trilha?